A glutamina pode ser um aminoácido essencial em pacientes com doença catabólica, uma vez que foi demonstrado que os níveis circulantes de glutamina diminuem durante a doença crítica ou após uma grande cirurgia. A concentração plasmática baixa de glutamina está associada a piores desfechos clínicos.
A glutamina participa de muitos processos fisiológicos, metabólicos, imunológicos, antioxidantes e estruturais. No entanto, a literatura científica apresenta resultados conflitantes em relação ao efeito da suplementação parenteral de glutamina no desfecho clínico de pacientes graves. Os resultados negativos associados a suplementação de glutamina parecem estar associados a alguns fatores específicos:
Portanto, pacientes graves suplementados com glutamina parenteral, conforme as diretrizes clínicas e como integrante de uma terapia nutricional parenteral bem indicada parece trazer benefícios ao desfecho clínico de pacientes graves. Neste contexto, a recém publicada Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional no Paciente Grave estabelece que o uso parenteral de glutamina esta contraindicado em pacientes com disfunção orgânica múltipla, disfunção renal, disfunção hepática ou instabilidade hemodinâmica. Em outras situações, em associação com a NP bem indicada e elaborada, pode trazer benefícios clínicos aos pacientes graves, podendo ser considerada caso a caso.
Por: Melina G. Castro
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