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A continuidade do tratamento nutricional na desospitalização


Elaborado por:

Rodrigo Costa Gonçalves

Título de Especialista em Medicina Intensiva, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral, Coordenador Clínico EMTN – Hospital HUGOL e Hospital Órion -GO


A continuidade do tratamento nutricional na desospitalização

Quando o assunto é alta hospitalar, pensamos logo no último dia da internação.


No entanto, a alta é um processo muito mais complexo, que idealmente deveria se iniciar no primeiro dia de internação. Quando bem executado, esse processo garante uma transição de cuidados segura para casa, mantem a continuidade da reabilitação nutricional e motora dos pacientes, prevenindo readmissões hospitalares e complicações em domicílio. É claro, que o resultado disso é menor custo em saúde e maior satisfação de pacientes e familiares.


Selecionar pacientes elegíveis a um programa de alta estruturado é a primeira fase do processo e vai depender da estrutura de cada unidade de saúde. Pacientes desnutridos, sarcopênicos, com permanência maior que 48h na UTI, aqueles com idade maior que 80 anos, imobilizados ou com fragilidade social são prioridades nesse processo.


O próximo passo é organizar uma visita multidisciplinar periódica nesses pacientes para discussão do plano terapêutico de cada equipe com prazos para alta, barreiras, revisão de metas incluindo as nutricionais, solução de complicações e identificação de facilitadores desse processo.


Durante todo o período de internação o objetivo é identificar um cuidador referência e educar o paciente e seus familiares sobre o cuidado em saúde. Os temas podem ser fornecidos diariamente em ‘’pílulas’’ com informações acerca de desnutrição, perda de massa muscular e seus impactos, reabilitação nutricional a longo prazo, revisão e alcance de metas nutricionais, suplementos e educação em nutrição enteral ou parenteral, quando for o caso.


Educar não significa somente escrever orientações em papel, mas identificar a melhor forma de comunicação e o quanto desse conhecimento foi agregado garantindo aderência as terapias a longo prazo e segurança no uso de acessos e administração de nutrição em domicílio.


Conhecimentos adquiridos na internação acerca da terapia nutricional a ser utilizada, relatórios de alta adequados e planejamento de seguimento nutricional nos pós alta através de home care, consultas, visitas domiciliares ou tele saúde garantirão aderência terapêutica para que a reabilitação nutricional avance em ambiente domiciliar e atinja resultados adequados.


Referências bibliográficas


Gonçalves RC et al. Planejamento nutricional da alta hospitalar: breve revisão da literatura e proposta de instrumento de avaliação. BRASPEN J 2020; 35 (4): 329-39.


Holst M, Rasmussen HH. Nutrition therapy in the transition between hospital and home: an investigation of barriers. J Nutr Metab. 2013;2013:463751.


Van Aanholt DPJ, Matsuba CST, Dias MCG, Silva MLT, Campos ACL, Aguilar-Nascimento JE. Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional Domiciliar. BRASPEN J. 2018;33(Supl 1):37-46.

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